domingo, 6 de julho de 2008

De Norte a Sul as lutas são muitas e, ao mesmo tempo, uma só

Cláudio Renato da Costa é representante do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos Administrativos da Universidade Federal do Pará. Alda Catarina Olivier é militante do CPERS, o sindicato dos trabalhadores e trabalhadoras em educação do Rio Grande do Sul. Uma extensão de terra que parece não acabar nunca divide as suas realidades, mas a condição comum de trabalhadores os une. Da mesma forma, suas lutas se diferenciam nas peculiaridades e urgências de suas distintas categorias, mas se aproximam em uma concordância que não deixa de ser urgente: superar o capitalismo é preciso. Alda e Cláudio são delegados no 1° Congresso da Conlutas e falaram sobre as lutas específicas, a luta conjunta, o papel da Conlutas e os próximos passos depois do Congresso. Confira os depoimentos:

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Horizonte maior
“A questão da carreira, o vencimento básico e a luta contra a possibilidade apontada pelo governo de criação das fundações de direito privado nos hospitais universitários, com ameaça de demissão em massa dos trabalhadores fundacionais, são os desafios urgentes e específicos da categoria. Mas essas questões, principalmente as salariais, são cíclicas, não são suficientes para a emancipação do trabalhador. Precisamos de um horizonte maior, que é o de derrotar o sistema capitalista e construir o socialismo para uma vida plena. Nesse sentido, nós vemos na Conlutas uma nova ferramenta de luta dos trabalhadores, capaz de organizar essa necessária luta de maior pretensão sem esquecer das lutas imediatas. O nosso sindicato se desfiliou da CUT , via plebiscito, pela compreensão de que ela não mais representa os interesses dos trabalhadores. Estou achando esse congresso muito positivo, dá para ver que há um avanço nas lutas”.

Cláudio Renato da Costa, Sindicato dos Trabalhadores Técnicos Administrativos da Universidade Federal do Pará
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Momento especial
“O CPERS é um sindicato de grandes proporções, é o segundo maior do Brasil e um dos maiores da América Latina. Nosso primeiro desafio é sempre a questão salarial. O piso salarial do governo Lula é uma afronta. Outro desafio específico, e muito grande, é o enfrentamento do governo Yeda, que se revelou a governadora mais autoritária da história do Rio Grande do Sul, de causar inveja à época da ditadura. A Conlutas é de fundamental importância para a retomada das lutas do CPERS porque ela surge como uma alternativa para os trabalhadores frente às traições da CUT. Estamos vivendo um momento especial no sindicato, com a vitória da Chapa que a Conlutas compõe com outras correntes na eleição que ocorreu nos últimos dias, para a diretoria do sindicato. O nosso desejo é que não somente a Conlutas faça parte da diretoria do CPERS, mas que o CPERS venha a ser uma grande parte da Conlutas. Acreditamos na Conlutas porque ela representa um rompimento com o capitalismo. Os trabalhadores que acreditaram que era possível transformar e melhorar a vida por dentro do capitalismo foram cooptados e, eles sim, transformados pelo capital. Daqui, vamos levar à base do CPERS todas as discussões importantes. Acho fundamental, por exemplo, difundir o debate de combate à homofobia e à discriminação racial, porque ainda há muito preconceito nas escolas”.

Alda Catarina Olivier, CPERS


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