sábado, 5 de julho de 2008

Mulheres, negros, GLBT, movimentos sindical, popular e estudantil são temas de painel

Logo após o almoço desta sexta-feira, dia 4, foi realizado um painel com os Grupos de Trabalho da Conlutas que discutem questões específicas. Estiveram presentes representantes do movimento sindical, estudantil, popular, agrário, negro, feminino e homossexual.

A Coordenação Nacional de Lutas foi criada para unir movimentos de diversas matizes, com o objetivo de consolidar uma central classista, plural e democrática, para unir de conjunto a classe trabalhadora. A iniciativa é inédita.

Diante desta política, nas falas foi apontado por todos o crescimento da integração entre os vários tipos de movimentos. Mancha, do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, explicou o novo tipo de sindicalismo que a Conlutas defende. “Os sindicatos precisam de independência, mas precisam ser politizados. Lutar apenas pelos interesses da categoria não basta”, afirmou.

Mas, além dos trabalhadores, os estudantes também estão se reorganizando. A estudante Camila lembrou do papel das grandes ocupações de reitoria acontecidas recentemente. “O movimento estudantil nunca morreu, mas agora ele ressurge com toda a força”, lembra. Estudantes que participaram e organizaram as ocupações de reitoria da USP e da UnB estão presentes no encontro.

Para o militante do movimento social urbano Guilherme, a união entre o movimento sindical, estudantil e popular não deve se restringir à “solidariedade”. Para ele, “a alta do preço dos alimentos prejudica a todos, e apenas juntos podemos vencer”.

O movimento agrário foi lembrado por “Zelito”, do Movimento Terra Trabalho e Liberdade Democrático e Independente. Ele afirmou a necessidade de um movimento agrário sem ligação com o governo, já que Lula “infelizmente não mudou sua política para o campo”.

Luta contra o machismo, racismo e homofobia

“Nem nos tempos áureos da CUT o assunto era discutido desta forma”, lembrou a militante do movimento negro Deise. O debate de opressões sempre foi um dos pontos fortes da Conlutas, pois atualmente a maioria das direções dos movimentos negro, feminista e homossexual, são ligadas a grandes empresas e a grupos contrários à luta da classe trabalhadora. “Não pode. O negro sofreu com o racismo por 400 anos, e deve se unir com os trabalhadores para sair de sua condição”, lembrou a militante.

Para Douglas, do movimento gay, “é grave quando os sindicatos se omitem da luta contra o homofobia. Somos uma parte significativa dos trabalhadores”. Além de dividir a classe, o preconceito contra os homossexuais ainda joga muitos gays trabalhadores nas mãos de direções vendidas aos patrões. Um exemplo “é a parada gay de São Paulo, que já foi patrocinada pela General Motors, que ataca seus operários”. Por isso, “quem oprime um gay ou uma mulher está do lado da burguesia”.

A situação da mulher foi lembrada pela ativista Janaína Rodrigues. “Somos metade da classe trabalhadora. Mas a mulher ainda recebe em média 60% menos que os homens”, denuncia. Apesar de alguns avanços pontuais, a mulher hoje sofre com vários problemas, que vão desde o assédio sexual e moral até a obrigação de exames ginecológicos para serem admitidas no emprego. A Conlutas faz parte ativamente da luta pela legalização do aborto e contra a mercantilização do corpo da mulher, mas “por fora da marcha mundial das mulheres, que é ligada ao governo Lula, traidor do povo”, ressaltou Janaína.

A Coordenação Nacional de Lutas já realizou encontros específicos para o debate do tema da opressão. No ano passado, por exemplo, o encontro de negras e negros debateu a necessidade de um novo movimento que vai ser criado neste congresso. Também já foram feitos encontros temáticos pelo movimento gay e de mulheres.

Um comentário:

Anônimo disse...

EM PLENO MOVIMENTO DA GREVE DOS PROFESSORES EM SPAULO. INFELIZMENTE NÃO PUDE IR AO CONLUTAS SAUDAR MEUS VELHOS AMIGOS E COMPANHEIROS DO PSTU, PARTIDO QUE FORA MILITANTE HÁ ANOS DE MINHA VIDA,DO PSOL E DE ESQUERDA SOCIALISTA BRASILEIRA.
MINHA GRANDE AMIGA DOROTH DE CASTRO FERREIRA DA AMOR -ASSOCIAÇÃO DE MULHERES TRABALHADORAS DO SEXO ORGANIZADAS NA RUA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS FOI VITIMA DA DENGUE E POR ISSO NÃO IR REPRESENTAR AS PROFISSIONAIS DO SEXO NESTE EVENTO.
ESPERO QUE NO PRÓXIMO CONGRESSO AS PROSTITUTAS POSSAM EXPOR SUAS IDÉIAS E CONSCIENTIZAR SETORES DO MOVIMENTO FEMINISTA DA NECESSIDADE DE DEFENDER O DIREITO DAS PROSTITUTAS NA REGULAMENTAÇÃO DE SUA ATIVIDADE PROFISSIONAL. ISSO DEVE EXTENDER TAMBÉM OS TRABALHADORES DO SEXO MICHÊS E PRINCIPALMENTE AS TRABALHADORAS TRANSEXUAIS E TRAVESTIS QUE ALÉM DE SER EXCLUIDAS HISTORICAMENTE DOS BANCOS ESCOLARES PELO PRECONCEITO E XENOFOBIA, SÃO OBRIGADAS A VIVEREM NA SUA MAIORIA DA PROSTITUIÇÃO SOB AS REGRAS DO CRIME ORGANIZADO, EXPOSIÇÃO AS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS E OPRIMIDAS PELO MEDO DO ESTADO BURGUÊS E A POLICIA CORRUPTA. NEGAR O DIREITO À ORGANIZAÇÃO SINDICAL DAS TRABALHADORAS DO SEXO E DA NECESSIDADE DA REGULAMENTAÇÃO E DO RECONHECIMENTO DOS SEUS DIREITOS TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIOS É
UM GRANDE ERRO DE UMA ENTIDADE QUE PRETENDE ORGANIZAR TODO MOVIMENTO OPERÁRIO, POPULAR, SOCIAL E ESTUDANTIL E SER ALTERNATIVA A CUT "CHAPA BRANCA" DO GOVERNO NEOLIBERAL DE LULA.
ESPERO QUE ESTA REFLEXÃO EXPRESSA NESTA POSTAGEM "ABRA OS OLHOS" DE NOSSAS LIDERANÇA FEMINISTAS E CONSIGA COM ISSO APROXIMAR MOVIMENTOS E ASSOCIAÇÕES DE PROSTITUTAS E SETORES GLBTT A SE ORGANIZAREM NAS FILEIRAS DA CONLUTAS. AFINAL SER MARXISTA ANTES DE TUDO É SER DIÁLETICO POR ISSO DIZER SIMPLESMENTE QUE É CONTRA A MERCANTILIZAÇÃO DO CORPO FEMININO E ESQUECER A SITUAÇÃO DO CORPO DE IMAGEM FEMININA POR EXEMPLO DAS TRAVESTIS E TRANSEXUAIS, É PARA MIM SER ANTI-DIÁLETICO, E FURTAR-SE AO DEBATE.