quinta-feira, 3 de julho de 2008

Plenária apresenta 18 teses e mostra democracia no congresso da Conlutas


Os delegados que apresentaram as 18 teses presentes no congresso da Conlutas se portaram como parlamentares no verdadeiro sentido da palavra. Professor, bancário, estudante, trabalhador da construção civil. Mas não, não estavam de terno e gravata e não tinham imunidade. Também não ganham os salários astronômicos de nossos deputados, mas eram representantes do povo. Parlamentar vem de “parlare”, debater. E o debate foi de trabalhador para trabalhador, como é o espírito da Conlutas.
Cada tese, independente do número de delegados, teve 6 minutos para fala. O tom respeitoso foi o diferencial do congresso da Conlutas de outros congressos burocráticos, como os “congressos” da UNE e da CUT. Nestas centrais vendidas ao governo, as provocações e o autoritarismo dominam. Aqui, o debate. Bom começo para um congresso que é histórico não apenas pelo número de delegados mas pela democracia e pela qualidade das discussões.
Pluralidade – A necessidade de fortalecimento da conlutas e a unidade da classe trabalhadora no Brasil foi tocada em todas as falas. Mas foram apontados diversos caminhos. Uma das polêmicas foi quanto a uma possível unificação com a Intersindical, que reúne sindicatos que também agem de forma independente da CUT.
Enquanto alguns setores apontavam como importante a criação de uma grande central junto com outras organizações, algumas teses apontavam a exclusividade da construção da Conlutas.
O caráter da Conlutas também foi discutido. Hoje a Coordenação Nacional de Lutas une entidades estudantis, sindicais e movimentos populares. Boa parte das teses defendeu este aspecto, inclusive com maior participação dos movimentos populares.
Mas houve quem defendesse a criação de uma central de sindicatos e quem fosse contrário a participação de delegados estudantis. Outro ponto que gerou diferentes opiniões foi o caráter de governos como o venezuelano Hugo Chavez, tido como um governo que enfrenta o imperialismo, apesar das limitações. Boa tarde das teses defendeu abertamente a oposição pela esquerda a este tipo de governo. Já Lula foi repudiado por todas as teses, devido sua política de ataques à classe trabalhadora, que hoje se manifesta com a volta da inflação.
Várias questões que afetam hoje o movimento popular brasileiro foram levantadas. Desde o atrelamento da maioria dos sindicatos ao estado, até as mudanças da classe trabalhadora, hoje cada mais precarizada com o desemprego e as terceirizações. Também foi lembrado por várias teses o rompimento do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade – MTL – que se deu alguns dias antes do congresso. Para “Zelito”, que coordena o MTL Democrátido e Independente, “a ruptura foi errada e precipitada”.
Construção – A Conlutas ainda está em construção. Surgida em 2004, seu funcionamento, sua base social e sua política ainda é fruto de debate entre os ativistas que a constroem. A partir de amanhã, os grupos de debates vão aprofundar nos temas apresentados hoje pelas teses. Mas, como disse vários dos que vieram para o debate hoje, a verdadeira construção da luta “é nas ruas e nas greves”. E isso é mostrado quando eram aplaudidos cada vez que falava algum dos professores que estão em greve em São Paulo, uma das combativas da história da categoria.

2 comentários:

Anônimo disse...

http://grevedosprofessores-sjc.blogspot.com/


Boa sorte aos companheiros que estao no congresso, e aqui em SP a greve do professores continua.
vou linkar este blog, ao da greve.

abraços
Zapa - Oposição Alternativa.

Grupo ACERTAR UFF disse...

Acho que as materias deste blog devem ser menos tendenciosas em relação aos debates existentes na CONLUTAS, como Concepção de Central e também em relação aos governos da América Latina, tipo o de Chavez que existem bastante difernças nas posições das correntes do PSOL e do PSTU. Mas que devem ser tratadas com respeito, afinal não é crime ter posições divergentes nestes pontos.