sexta-feira, 4 de julho de 2008

Do Cordel ao Quilombo, congresso mostra sua vida

O Congresso da Conlutas já está em seu segundo dia e os participantes já têm suas primeiras impressões. São mais de três mil pessoas, vindas de todo o país, cada uma de um movimento social diferente. Todos já estão inscritos e instalados nas pousadas, sem que tenha havido até o momento nenhum incidente maior. Agora, os participantes se concentram no andamento dos grupos de discussão.

Para o estudante Leonard, que veio de Brasília, os debates estão ocorrendo até agora “com muita qualidade”. “Existem diferenças, mas tudo está sendo discutido, como tem que ser”, coloca. Ele é integrante do Diretório Central dos Estudantes da UnB, que participou da ocupação da reitoria este ano. Os estudantes da universidade lotaram um ônibus para o encontro.

O sindicalista Cláudio, que veio do Recife, se impressiona com o número de pessoas. Apesar de ter achado o credenciamento “um pouco complicado”, o servidor público achou o congresso não teve problemas de organização. Seu objetivo “é ver se o nosso sindicato, que se desfilou da CUT, possa fazer parte da Conlutas”.

Cordel – Para quem anda pelo lado de fora do ginásio Divino Braga, onde o congresso se realiza, as barracas, que vendem de DVD´s a cordéis, são uma atração. A maioria é de grupos de militantes em campanha financeira ou livrarias alternativas.

Filmes raros podem ser vistos, como o “muito além do cidadão Kane”, documentário sobre a Rede Globo que teve a distribuição dificultada pela ação da poderosa rede televisão. Também, como de praxe, as camisetas divulgando as lutas são vendidas.

Entre várias curiosidades, está a barraca do cordelista Erivaldo de Lima, o “Abaeté”. Representante da União dos Cordelistas do Rio Grande do Norte, ele usa os cadernos de poesias, típicos da cultura nordestina, para divulgar temas que vão desde a situação da mulher na sociedade até a revolução russa. “Todo cordel começa com alguma crítica”, lembra o artista. Tem até um cordel feito especialmente para a Conlutas.

O Congresso também conta com um “quilombo”, que são tendas onde o movimento negro vai fazer discussões e apresentações artísticas. As atividades começam hoje, com a organização do Grupo de Trabalho de Negro da Conlutas.

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